julho 24, 2007

desperdício de almas

O Príncipe de Montparnasse morreu novo, cedo para ser reconhecido como um dos grandes talentos da pintura no início do século XX. Apesar da vida de boémio (como se fosse possível viver de outra forma, no antro de deboche que era Montparnasse naquele tempo!) deve ter encontrado na pintura a felicidade que a vida lhe recusou. Acontece a muito boa gente.

Amadeo Modigliani (1884-1920) inspirou-se nos Mestres Botticelli, Correggio e Giorgione para criar o seu próprio estilo, "a muda aceitação da vida" - os rostos ovais, os pescoços alongados - quase caricaturais-, impregnados de uma sensualidade raramente obtida pela nudez.

Quando em 1906 se mudou para Paris, integrou-se no movimento avant-garde, onde se cruzavam artistas como Picasso, Brancusi, Mondrian e Braque.


Muitas das mulheres retratadas por Modi eram suas amantes, ou paixões, como a poetisa russa Anna Akhmatova, a escritora britânica Beatrice Hastings, por quem Modigliani teve uma atracção platónica e a estudante de arte Jeanne Hébuterne (retratada nestas duas imagens), que se suicidou no dia seguinte à morte de Modigliani.