junho 24, 2008

Goyantánamo

Esta cena de prisão está relacionada, no modo e no carácter, com várias pinturas de cenas de guerra e outros temas inspirados pelas invasões napoleónicas. Prisioneiros de guerra - e não só - estáo entre as vítimas de injustiça e crueldade, retratadas em muitos dos desenhos e gravuras de Goya. Um homem aguilhotinado é o tema desta gravura, das mais antigas de Goya; Outras formas de castigo e tortura serão representadas em trabalhos posteriores.

A obra, executada com um mínimo de cor, é notável pela atmosfera de escuridão e o efeito de sofrimento anónimo, criado pelos contornos de luz das figuras indistintas, na enorme caverna comum.




junho 17, 2008

As cores da noite, de Van Gogh

Ao longo da sua vida, Vincent Van Gogh (1853–1890) experimentou a paradoxal tarefa de representar a noite através da luz. Para isso, seguiu a tendência dos Impressionistas de “traduzir” os efeitos visuais da luz através de múltiplas combinações de cor. Simultaneamente, esta preocupação de Van Gogh traduziu-se no desejo em mesclar o visual e o metafórico, no sentido de produzir obras de arte frescas e profundamente originais. Estas diferentes preocupações artísticas encontram-se nas suas pinturas sobre crepúsculos e paisagens nocturnas.



A obra Starry Night - 1889, pertencente ao MOMA, será integrada na Exposição Van Gogh and the Colors of the Night que terá lugar no Van Gogh Museum no início do próximo ano e que pretende apresentar uma nova perspectiva das representações de Van Gogh e dos efeitos de luz nesses ambientes nocturnos.

junho 09, 2008

Beleza Interior

Na Antiguidade Clássica, entendia-se por belo o que agradava, o que era atractivo ao olhar, ou o que era belo espiritualmente, não coincidente com a beleza do corpo?
Para Platão, a única realidade era a do mundo das ideias, de que o nosso mundo material é uma sombra e imitação; O feio era assim o não-ser, uma imperfeição do mundo ideal.

Aristóteles, na Poética, dizia sobre a origem da Poesia, que o imitar é congénito no homem, pois os primeiros ensinamentos lhe são proporcionados pela imitação, tão mais agradável quanto mais perfeita.


A tradição satírica, difundida na Europa pelos humanistas, é bem patente na obra Esopo, de Diego Velazquez

Este Esopo, de nariz achatado, não era provavelmente o homem simples, de traços marcados pelo trabalho , que representava o ideal cínico da modéstia e da sabedoria das pessoas vulgares da sua época; Velázquez deu a Esopo as características típicas do homem cabeça-de-boi, das Fábulas. Os olhos assumem igualmente relevo, pelo tom de desprezo e de ironia, característicos nos anões e nos tolos de Velázquez.